SONHO DE NATAL

Sou um sonhador, que sonha acordado, que sonha dormindo, que sonha sempre.

A mim, não importa se me dizem utópico, ao contrário, me lisonjeia, pois sempre digo que o homem é do tamanho do seu sonho.

Sonhei que as crianças corriam livres pelas ruas, podiam subir em arvores, soltar pipa, rodar pião, jogar bétis, bater uma bola, jogar fubeca, passar o anel, dançar ciranda, serem donas de tudo abaixo do céu.

Sonhei com crianças amadas, respeitadas, alimentadas, medicadas, educadas...          

Sonhei que no natal as crianças pediam brinquedos..., e não mais cestas de alimentos..., que são sinais evidentes de um amadurecimento precoce, uma preocupação precoce, e um sonho de comer e de alimentar os seus...

Sonhei com crianças vestidas como crianças, sem erotização , sem sombras e sem batom, sem botas da Xuxa, longe da praga da televisão...

Sonhei com crianças amadas, protegidas, compreendidas..., que podem tomar sorvete e se lambuzar..., que podem andar na chuva, como que a alma lavar...

Sonhei com direitos elementares, direitos de todos, direito de sorrir, direito de cantar...

Direito de crer na vida, direito de ter futuro, direito de sonhar...

Sonhei que a escola era para todos, igual para todos, sem ter que provar, sem o vestibular, sem reprovar, onde se ensina viver, se aprende viver e a compartilhar...

Acredito no sonho, canto a canção, te convido a sonhar, a ser utopia, ser transformação...

Estas são palavras fáceis, criticadas por muitos, sonhos fúteis, em tempos difíceis, de homens sem ternura. Mas alguém vai ouvir, alguém vai acreditar, que a partir do nosso sonho, a humanidade vai se (re)humanizar.

Se você não sonha, eu respeito o seu vegetar, e em reciprocidade, respeite o meu direito de acreditar, que sonho que se sonha juntos é possível realizar.

Marcilio Estácio de Souza... um dia sonhando acordado em 2007.

Centro Sol... sonho de paz.