FALANDO SOZINHO
ALEATÒRIAMENTE
Perdido ou achado,
bicho da cidade.
Homem do mato.
Se mato, não vivo,
se vivo, não mato.
Um pouco é isso,
aquilo, acolá,
parte de um tudo,
o que já viu passar
Passagens estreitas,
passos no escuro,
horizonte aberto,
um homem e um muro
O falar das gírias,
um ser, não achar.
Mundos e abrigos,
os encontros, um lar.
As selvas da vida,
Estão, onde há.
Seja na Bela vista
Ou frente pro mar.
Num dia, caviar,
noutro, manteiga e pão.
Caldo de mocotó,
ou apenas colchão.
Saber ser amigo,
sem querer um abrigo.
Viver apenas isso,
um eterno jazigo
Nascer, ou morrer,
um ressuscitar,
um grito da alma,
um alerta no ar.
Cadê alegria?
Cadê os palmares,
Um zumbi das almas,
As noites dos bares
Que venha então,
e que seja, o que for,
o espinho que espeta,
anuncia a flor,
a vida é eterna,
mas é feita de dor.
Pássaro sem ninho,
sempre um novo voar,
um novo amanhecer,
nos encontros se achar,
as ondas e marolas,
os peixes no mar
Venha o que vier,--
não há medo ou temor,
uma vida não passa,
são passos de menino,
cantam novas canções,
que são feito dos hinos,
são os doces poemas,
que falam de amor.
...Marcilio Estácio de souza
Um dia sem saúde em junho-2010
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