POEIRA NA IMENSIDÃO
E tudo virou poeira,
desfez-se a ilusão.
O tiro, sem ter revolver,
Adentrou ao coração.
E tudo virou poeira,
não tem mais carnaval.
O sonho era de verão,
E veio um vendaval.
E tudo virou poeira,
acabou a primavera.
O vento levou a paz,
Agora é outra era.
E tudo virou poeira,
o outono não chegou.
Outros são os caminhos,
por onde ninguém passou.
E tudo virou poeira,
um inverno sem coberta.
O amor escorre nas mãos,
E sai pela porta aberta.
E tudo virou poeira,
não tem mais onda no mar.
Ficou um desejo incontido,
a sede maltrata a alma,
desejo louco de amar.
E tudo virou poeira,
ficaram, porém as marcas,
um risco sangrando na pele,
no peito, mesmo escondido,
se vê o cabo da faca.
E tudo virou poeira,
Oh Deus! – Cadê construção?
Que surja um novo homem,
que venha a quinta estação.
E tudo virou poeira,
poeira também é matéria.
a dor, o perder, a saudade,
destroem qualquer artéria.
Marcilio Estácio de Souza – outubro/14/2010
Pensão Bela Vista – Nova Odessa – 09.45h
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