ALMA FALANTE.
Águas no entardecer,
Horizontes escuros,
Passos molhados,
Sapatos furados,
Corações ilhados...
Simplesmente... Distancia...
Água, sem guarda chuva,
Bem te vi na janela,
Um trago,
E as seqüelas,
Um quarto, aquarela.
O galo em silêncio,
As angustias, e os lenços,
As feridas a sangrar.
Simplesmente... Silenciar...
Um Quintana na estante,
“A palavra” na mesa,
Um nó na garganta,
Só um lanche, na janta,
Saudades do quê?
De mim, ou você?
Simplesmente... Falar...
Um amigo, ou amante,
Um futuro? – vou ver.
Um cabo, uma ponte,
Um inferno de Dante,
Um som na vitrola,
Um carinho, ternura,
Um sabor de amora,
O beijo de outrora.
Simplesmente... Viver...
Pelas trilhas andar,
Noutro mar navegar,
Enxergar horizonte,
Escalar esse monte,
Uma força, que move,
Missão a cumprir,
Carregar toda pedra,
Saudar o destino,
Colocar-se a sorrir
Simplesmente... Amar...
Distanciar, silenciar, falar, viver e.... amar...
Marcilio Estácio de Souza
Outubro/01/2010 – 18 hs
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