Critico, radical e otimista

A educação não pode acontecer desvinculada da realidade e não pode ignorar ou menosprezar os conhecimentos e as experiências sócio-culturais dos educandos, sob o risco de falar uma linguagem incompreensível aos alunos.

A educação não é neutra, portanto os educadores também não podem se imaginar neutros no processo educativo, porque ao defender uma possível neutralidade, os educadores, mesmo que inconscientemente estão adotando uma posição política de colaboração para a manutenção do”Status quo” do modelo atual de educação, pois o não posicionamento significa uma aceitação tácita das coisas como estão colocadas.

O discurso liberal de negação das classes sociais tem por objetivo ocultar os conflitos e convencer a sociedade que hoje somos todos iguais e que não há motivos pra um posicionamento critico do educador, no entanto ao anunciar o final da luta de classes querem decretar a morte da história, sem que os homens e mulheres tenham morrido.

Cabe ao educador adotar uma posição política clara, como pressuposto básico para uma boa formação cientifica, no entanto é uma ilusão esperar que o estado e as demais instituições atreladas ao sistema capitalista ofereçam condições para uma formação critica, pois como afirmou Marx: “ Não se pode esperar que o patrão desenvolva uma pedagogia para libertar o operário”. Essa tarefa cabe aos sindicatos progressistas, aos órgãos de classe e aos intelectuais comprometidos com outro modelo de educação e exige uma boa “dose” de esforço dos atuais e futuros educadores.

Bibliografia: REVISTA, Presença Pedagógica – pg.05/12 jan/fev.1.995 (entrevista Paulo Freire).