alquimia do ser

Porque reclamar da tristeza, se dela se faz a alquimia, transforma o amargo do ser em favos de poesia.

Para fazer a transmutação, basta você querer.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

MEMÓRIAS


O vento bate no rosto,
uma esfinge, duas faces,
o orvalho e as neblinas,
divide o todo em partes.

Não importa o sentimento,
que se imponha, ou que clame.
Crescido é sempre o mesmo,
menino da Cristiane.

Mesmo som, mesma ciranda,
mesma festa de São João.
A mesma cruz do senhor,
não tem rugas o coração.

Sempre o mesmo biscateiro,
Rodovia dos Bandeirantes,
os viadutos da vida,
ligam as estradas de antes.

As lagrimas pela fome,
o sorvete derretido,
a alma do soldado de Cristo
saudades de tempos idos.

O enlace que desata,
união sem previsão,
muitas marcas que ficaram,
um filho jogado ao chão.

Novo encontro adiante,
êxtase e ilusão,
não há encontros no outro,
no outro se perde a razão.

Eis aqui, militante sem causa,
primaveras sem verão.
Os pássaros já passaram,
penas ficaram no chão.

As direções se mudaram,
vão dar em outro lugar,
qualquer caminho escolhido,
no princípio vai chegar.

Marcilio Estácio de  Souza / 2009

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