O SONHO QUE EU TIVE....
Sonhei que existia uma cidade na região metropolitana de Campinas, entre Sumaré e Americana, uma cidade que apesar de possuir apenas aproximadamente 50.000 habitantes era pujante, desenvolvida, altamente industrializada, moderna, preocupada com o meio ambiente, com a saúde e a educação das crianças, com professores devidamente valorizados, em que os cidadãos eram todos tratados com respeito.
Uma cidade em que o cidadão ficava no máximo uma hora esperando atendimento médico no hospital público, com um transporte publico de boa qualidade, em que as pessoas nunca esperavam mais do que 20 minutos uma condução, que tinha tratamento de esgotos, coleta seletiva de lixo, escolas bem construidas, todas com bibliotecas, quadras bem feitas e cobertas, salas arejadas, salas de informática, lousas e materias pedagógicos modernos, sala de professores com computadores de última geração, internet rápida e impressoras de boa qualidade. Tudo isso graças a competência dos seus gestores, que se preocupavam em oferecer ao povo mais do que pão e circo e aos servidores públicos mais do promessas de migalhas na forma de abonos saláriais.
Nessa cidade os professores tinham acesso a cursos na Universidade Estadual mais próxima,conhecida como UNICAMP, mantidos por convênios firmados com a Prefetura local; que existia nessa cidade um plano de carreira muito bem elaborado, por profissionais competentes, que permitia a ascensão profissional de todos os educadores. Lá Nessa cidade, os professores iam trabalhar contentes, e em consequência disso os alunos também adoravam a escola, por isso tinham um desempenho extraordinário, superando todas as expectativas dos orgãos do governo federal.
Lá nesse município, ao final do ano os professores, como prémio por méritos, diante dos bons resultados verificados, recebiam 14º salário no valor integral da sua remuneração mensal, o HTPC (horário de trabalho pedagógico coletivo) estava incluido nos salários, e mais que isso: desde a creche até o 5º ano, todos os profissionais recebiam a mesma remuneração e tinham os mesmos direitos. Se algum profissional queria se especializar, o município pagava o curso e ao final do mesmo, o educador tinha um acréscimo significativo na sua remuneração mensal.
Para mostrar o compromisso dos dirigentes dessa localidade, ao final do ano letivo, o prefeito, que tinha um verdadeiro compromisso com o futuro da sua cidade, do seu estado e do seu pais, que entendia o valor daqueles que ensinam, compartilham conhecimentos e educam as crianças, sempre enviava para a Câmara municipal um projeto de Lei pedindo autorização para distribuir entre aqueles que colaboram para o progresso da cidade e a aprendizagem das crianças os residuos ( sobras) de recursos de um fundo nacional criado para valorizar a educação.( e melhor que isso, não apenas pedia autorização para fazer média, cumpria com o que se propunha a fazer).
Infelizmente eu acordei, meu sonho não era sonho, era um pesadelo, e ví que aqui em Nova Odessa nada disso era verdade, mas também me lembrei de um cantor admirado por muitos, odiado por tantos outros , que dizia: SONHO QUE SE SONHA SÓ, É SÓ UM SONHO SÓ, MAS SONHO QUE SONHA JUNTO É REALIDADE.
ACREDITEM: NINGUÉM VIRA DOUTOR SEM TER UM BOM PROFESSOR.
Esse é um desabafo do movimento pela valorização da educação municipal de Nova Odessa e dos Conselheiros Municipais representantes do Ensino Fundamental.
Marcilio Souza, Marilei Milok, Paulo Paspardelli.
alquimia do ser
Porque reclamar da tristeza, se dela se faz a alquimia, transforma o amargo do ser em favos de poesia.
Para fazer a transmutação, basta você querer.
Para fazer a transmutação, basta você querer.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
QUEM SOU EU?
Um dia na inóspita Martinópolis, ali, na Fazenda Santo Antonio, mais precisamente na Colônia Torta, no ano da graça de 1965, mais exatamente do dia 25 de novembro, eu nasci.
Fui fruto de um grande amor, sou filho do amor do “seu” Manoel e da “dona” Maria..
Viví nas fazendas Santo Antonio, na fazenda do Senhor Otacílio Nunes, no sitio do vô Ivo.
Comi os doces, os queijos e requeijões feitos pela vó Ana, carreguei meus irmãos no colo. Briguei com o tio Nenê pelas raspas de requeijão que ficavam no fundo e nas bordas da panela de pressão.
Brinquei de ser homem com a Yeda, dancei quadrilha com a Cristiane, namorei a Rosa e a Lú... Sempre fui querido por ser transparente em relação aos meus sentimentos.
Vendi de tudo na vida: laranjas, salgadinhos, doces, sorvetes. Vi as obras da Rodovia dos Bandeirantes, fui amigo dos operários e querido por eles.
Comi o bandeco das obras, sempre um pedaço de carne dura e um pedaço de pão.
Tirei areia dos córregos para carregar caminhões aos 12 anos, atendi balcão de bar, lavei copos, servi mesas... fui serviçal.
Fui drogado, experimentei tudo que havia na minha época, me embriaguei, tomei muitas farmácias, busquei o ópio.
Cavei poços, contrui barracos, ouvi musica sertaneja sentado ao lado do papai, fui com ele nas missas dominicais dos bairros São João e Santa Lucia em Campinas. Também fui soldado de Cristo ( Salve a memória da querida dona Jandira).
Fui militante de causas nobres, vivi as utopias, escondi no meu cesto de salgados jornais de oposição a ditadura militar.
Sou o pai do Felipe Mateus, fruto da minha relação com a Sra. Marilza Barbosa de Lima. Vivi muitos anos ao lado da mulher que é exemplo de firmeza e determinação, que se chama Lia de Souza.
Sou pai do Marcelo, Mariana, Marcilio José, Mario Cristino, Marcel Alves, Marina Vitória.
Já andei pelos quatro cantos do meu estado e parte do meu país, já errei e acertei muito, e ainda não vivi quase nada.
Namorei e tive momentos de muitas alegrias ao lado de Mazé Estácio, mulher pela qual tenho grande respeito e admiração.
Fiz escolhas, renunciei posições e salários bons parta voltar a estudar, e fiz isso muito bem acompanhado no Ceesa de Americana, tendo ao meu lado pessoas especiais como: Néia, Marcelo Flores, Emerson.
Fui aluno dos melhores professores, a saber: Antonio Seleghini, Gil, Glorinha, Groppo, Marcos Francisco, Pedro Chan, Regiane, Claudinha, Pe. Cristiano, Severino, Gabriel, Adriana Alves, Marcos capossoli, e tantos outros.
Formei-me em pedagogia com bolsa integral conquistada através do pró-uni, faço pós em pedagogia Social.
Sou um homem feliz, vivo feliz, mesmo com as angustias naturais a qualquer ser humano.
Escrevo poesias para afastar a minha dor de viver nesse mundo tão desumano e tão desigual.
Tenho muito mais pra falar. Sou Marcilio Alves de Souza, que poéticamente adotou o Estácio no sobrenome em homenagem a minha querida, adorada e abençoda mãe Maria Luiza.
Tenho 45 anos, que valem por 90 daqueles que não sabem extrair da vida o que de melhor ela tem para oferecer.
Não tenho medo de nada, de ninguém. Nem de Deus, nem do Diabo, nem da Vida, nem da morte.
Quando vc quiser contar um causo, falar da vida, da morte e da reencarnação, me procure... Eu sou da pedagogia, da filosofia, da sociologia, da psicologia, da poesia.
EU SOU UM FILHO DO SAMBA, QUE GOSTA DE CANTAR A MUSICA DO DR. DELEGADO, GOSTO DO NOEL. EU SOU PORTELA DE CORAÇÃO. ( VIVA A VELHA GUARDA DA PORTELA - ONDE O SAMBA ESTÁ NO CORAÇÃO)
VISTA ESSE MANTO AZUL E BRANCO, CANTE UM SAMBA COMIGO E SEJAMOS FELIZES JUNTOS.
mARCILIO eSTACIO DE sOUZA - 25/01/2011 - PENSÃO BELA VISTA - N.ODESSA AS 13.00 HORAS.
Um dia na inóspita Martinópolis, ali, na Fazenda Santo Antonio, mais precisamente na Colônia Torta, no ano da graça de 1965, mais exatamente do dia 25 de novembro, eu nasci.
Fui fruto de um grande amor, sou filho do amor do “seu” Manoel e da “dona” Maria..
Viví nas fazendas Santo Antonio, na fazenda do Senhor Otacílio Nunes, no sitio do vô Ivo.
Comi os doces, os queijos e requeijões feitos pela vó Ana, carreguei meus irmãos no colo. Briguei com o tio Nenê pelas raspas de requeijão que ficavam no fundo e nas bordas da panela de pressão.
Brinquei de ser homem com a Yeda, dancei quadrilha com a Cristiane, namorei a Rosa e a Lú... Sempre fui querido por ser transparente em relação aos meus sentimentos.
Vendi de tudo na vida: laranjas, salgadinhos, doces, sorvetes. Vi as obras da Rodovia dos Bandeirantes, fui amigo dos operários e querido por eles.
Comi o bandeco das obras, sempre um pedaço de carne dura e um pedaço de pão.
Tirei areia dos córregos para carregar caminhões aos 12 anos, atendi balcão de bar, lavei copos, servi mesas... fui serviçal.
Fui drogado, experimentei tudo que havia na minha época, me embriaguei, tomei muitas farmácias, busquei o ópio.
Cavei poços, contrui barracos, ouvi musica sertaneja sentado ao lado do papai, fui com ele nas missas dominicais dos bairros São João e Santa Lucia em Campinas. Também fui soldado de Cristo ( Salve a memória da querida dona Jandira).
Fui militante de causas nobres, vivi as utopias, escondi no meu cesto de salgados jornais de oposição a ditadura militar.
Sou o pai do Felipe Mateus, fruto da minha relação com a Sra. Marilza Barbosa de Lima. Vivi muitos anos ao lado da mulher que é exemplo de firmeza e determinação, que se chama Lia de Souza.
Sou pai do Marcelo, Mariana, Marcilio José, Mario Cristino, Marcel Alves, Marina Vitória.
Já andei pelos quatro cantos do meu estado e parte do meu país, já errei e acertei muito, e ainda não vivi quase nada.
Namorei e tive momentos de muitas alegrias ao lado de Mazé Estácio, mulher pela qual tenho grande respeito e admiração.
Fiz escolhas, renunciei posições e salários bons parta voltar a estudar, e fiz isso muito bem acompanhado no Ceesa de Americana, tendo ao meu lado pessoas especiais como: Néia, Marcelo Flores, Emerson.
Fui aluno dos melhores professores, a saber: Antonio Seleghini, Gil, Glorinha, Groppo, Marcos Francisco, Pedro Chan, Regiane, Claudinha, Pe. Cristiano, Severino, Gabriel, Adriana Alves, Marcos capossoli, e tantos outros.
Formei-me em pedagogia com bolsa integral conquistada através do pró-uni, faço pós em pedagogia Social.
Sou um homem feliz, vivo feliz, mesmo com as angustias naturais a qualquer ser humano.
Escrevo poesias para afastar a minha dor de viver nesse mundo tão desumano e tão desigual.
Tenho muito mais pra falar. Sou Marcilio Alves de Souza, que poéticamente adotou o Estácio no sobrenome em homenagem a minha querida, adorada e abençoda mãe Maria Luiza.
Tenho 45 anos, que valem por 90 daqueles que não sabem extrair da vida o que de melhor ela tem para oferecer.
Não tenho medo de nada, de ninguém. Nem de Deus, nem do Diabo, nem da Vida, nem da morte.
Quando vc quiser contar um causo, falar da vida, da morte e da reencarnação, me procure... Eu sou da pedagogia, da filosofia, da sociologia, da psicologia, da poesia.
EU SOU UM FILHO DO SAMBA, QUE GOSTA DE CANTAR A MUSICA DO DR. DELEGADO, GOSTO DO NOEL. EU SOU PORTELA DE CORAÇÃO. ( VIVA A VELHA GUARDA DA PORTELA - ONDE O SAMBA ESTÁ NO CORAÇÃO)
VISTA ESSE MANTO AZUL E BRANCO, CANTE UM SAMBA COMIGO E SEJAMOS FELIZES JUNTOS.
mARCILIO eSTACIO DE sOUZA - 25/01/2011 - PENSÃO BELA VISTA - N.ODESSA AS 13.00 HORAS.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Quanto vale um sentimento?
Em tempos obscuros, eis uma pergunta chave.
“ Quanto custa um sentimento?”
Todas as coisas perderam seu valor real, e passaram a ser apenas um custo; tudo se negocia, tudo tem um preço, tudo está ligado ao dinheiro.
O amor que era há tempos atrás, um nobre sentimento, que irmanava as pessoas, (era um valor) hoje está vinculado a valores pervertidos, em que se misturam o preço e o valor.
A mulher mais bonita, não é aquela que tem nobreza de sentimentos e respeito às demais pessoas, é sim, aquela que tem o cabelo mais caro, pintado pelas cores da moda, a roupa mais bonita de acordo com os ditames do capital que te vende o que você não precisa, as unhas mais bem feitas, a pele mais (aparentemente) saudável, o sorriso ( mesmo que falso) mais aprazível, o sexo mais moderno de acordo com os ditames dos filmes “proibidos” para menores.
O cara mais legal é aquele que tem uma situação financeira definida, que tem um carro para se locomover, uma casa para morar, mesmo que ele do ponto de vista humano seja um alienado, que só olha o próprio umbigo e usa desses artifícios para se sobrepor aos demais.
Isso me faz lembrar o que disse ‘Sócrates, filósofo grego, que também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!”
Os sentimentos viraram nada, não valem nada, apenas custa o valor que se paga para estar em meios sociais imundos, em que as palavras são apenas palavras, e não refletem a essência dos verdadeiros e mais puros ares da vida.
Custar e valer, são termos diferentes.
Aí entra a pergunta fundamental: Seus sentimentos e relações estão baseados em custo ou valor?
Quanto vale o amor que você dedica às pessoas que te rodeiam? Ou:
Quanto custa a relação que você tem com as pessoas?
Um calçado vale o seu valor social de proteger os pés, ou seu custo, que está vinculado ao status social que ele te confere pelo preço que você pagou?
Você prefere viver humildemente, com graça e alegria, ou viver a vida baseada nos comerciais de Tv, com luxo e ostentação, trocando o verdadeiro sentido da existência e do amor, por símbolos que te impuseram?
O artigo não pretende trazer respostas, ao contrário, busca abrir seus horizontes para que você possa avaliar com mais clareza o sentido etimológico das palavras, buscar sua significação, sua essência, e a partir daí responder para si mesmo qual é o sentido da sua existência.
Marcilio Estácio de Souza – 24/01/2011 – Pensão Bela Vista - Nova Odessa - 11.35 horas.
sábado, 15 de janeiro de 2011
RECONCILIACIÓN
(Copiado da Internet)
Amor mío, que nos ha pasado,
Ya no somos tan unidos
Como éramos antaño,
En mis sabanas siento frío
Por las noches ya no hay abrazos
No platicas lo que sientes
Solo hay ratos amargos,
No me besas tiernamente
Como lo hacías hace años...
A caso ¿ya no me quieres?
A caso ya ¿te he cansado?
Todo lo que nos unía
Parece que lo has olvidado,
Me siento cada vez más vacía,
Quizás nos hacemos daño...
Y el tiempo pasa y pasa,
Sin un momento de antaño,
Lo quiero, lo deseo,
Lo grito y lo extraño,
Hace tanto, tanto tiempo
Que no me dices te amo,
Mi vida me haces falta
Y quiero reconciliarnos,
Poner todo de mi parte
Para volver a reencontrarnos
y que ya no sientas frío
Por las noches y besarnos,
Tiernamente y suavemente
Hasta quedar extasiados
Para así prometernos
Jamás, jamás alejarnos.
( Magali Sauceda )
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
VITÓRIA SERTANEJA
VITÓRIA, MULHER SERTANEJA,
FILHA NATA DO SERTÃO.
AS DOCES RECORDAÇÕES,
ACALENTAM O CORAÇÃO.
Vitória de Tauape,
Ou será de Caculé?
Lembranças são panacéias,
Valem por um cafuné.
VITÓRIA, RÉGIA DA VIDA,
VOCÊ SEMPRE ESTA AQUI.
TEM FOGÃO DE LENHA ACESO,
SINTO CHEIRO DE PEQUI.
Vitória, serena, ordeira.
Deve estar com seu João.
Pegue o terço, minhá “veia”
É hora da oração!
VITÓRIA DO MEU JARDIM,
PERFUMANDO A PRIMAVERA.
INTERCEDA AO SER DA LUZ,
PRO HOMEM NÃO VIRAR FERA.
Vitória tu és eterna,
Tradução do que é amor.
Seu olhar e seu sorriso,
São remédios para a dor.
................marcilio Souza – 11/09/2009.
homenagem a minha querida avó Vitória ( im memoriam)
VITÓRIA, MULHER SERTANEJA,
FILHA NATA DO SERTÃO.
AS DOCES RECORDAÇÕES,
ACALENTAM O CORAÇÃO.
Vitória de Tauape,
Ou será de Caculé?
Lembranças são panacéias,
Valem por um cafuné.
VITÓRIA, RÉGIA DA VIDA,
VOCÊ SEMPRE ESTA AQUI.
TEM FOGÃO DE LENHA ACESO,
SINTO CHEIRO DE PEQUI.
Vitória, serena, ordeira.
Deve estar com seu João.
Pegue o terço, minhá “veia”
É hora da oração!
VITÓRIA DO MEU JARDIM,
PERFUMANDO A PRIMAVERA.
INTERCEDA AO SER DA LUZ,
PRO HOMEM NÃO VIRAR FERA.
Vitória tu és eterna,
Tradução do que é amor.
Seu olhar e seu sorriso,
São remédios para a dor.
................marcilio Souza – 11/09/2009.
homenagem a minha querida avó Vitória ( im memoriam)
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Quarta-feira
O sabor da goma de mascar
O cheiro do giz
A loucura que não quer acabar
Os problemas na ponta do nariz.
Assim é a quarta-feira
A noção se perde
E estou bem na beira
O precipício é de mim mesma.
Passa quinta, passa sexta-feira
Passam todas as semanas
E tento não pular
Procuro o sabor que vai me acalmar.
Heloisa Ribeiro
08/10/2003
Obscuramente Vago
Obscuro e vago sem destino Vago pela noite Ruas escuras
O chão molhado Lágrimas O vento gelado Saudades
De repente vagar devagar por entre labirintos do pensamento Confusões lamentos
Sem sol , sem lua sozinha desamparada na estreita rua escura
Desconforto desencanto busca que faz surgir o pranto Vago sem acalanto
Alessa David
O Vale da Solidão
No final da encosta começa um pântano inferno perdido morada de desabrigados pelo destino Lá o luar tem um brilho sinistro e as estrelas são lembranças apagadas de um tempo para sempre perdido Um espaço limitado um tempo paralisado um irremediável tédio uma angustia sem rima É o Vale da Solidão escondido entre vapores que beiram o delírio em meio a mais funesta escuridão E foi uma ausência que criou grades irremovíveis dores e suplícios intangíveis
Alessa David
Vazio chamuscado
Ando perdida na sensação
do aperto de da solidão
Apertada na cidadela sem rumo
na imensidão do estar só.
Ando torta, com pensamentos sem eixo
Ando pendendo para um lado e para outro
Ando para qualquer direção
Acabo por nem andar.
Estática como estátua
fico a flutuar
O espaço das idéias
não me deixa movimentar.
Não há flecha para atirar
o fogo é sem chama
Resta brasa, sem vento para atiçar
Nem água para apagar.
Helô Ribeiro
26.12.2006
Tudo gira tanto
Tudo gira tanto
Tão rápido
Tão freneticamente
Momentos de Lua cheia
E polvoroso, ansiedade
Velocidade inebriante
Momentos de Lua minguante
Do ápice vem o vazio
E outra turbulência se instaura no estômago
Raio, vento, chuvão
Chuvisco, brisa e sentar à sombra
Quando sentir já mudou
Ter a mente equilibrada
A perna firme
Os olhos abertos
Ou enlouquecer
Bambear
E entristecer
Não! Entristecer, não!
Ao menos correr
E fazer girar de novo
Helô Ribeiro
03.11.2010
Rabiscos
Gosta de rabiscar
risca; risca por cima
Faz o rascunho de sua vida,
como ilustrações surreais
que nunca terminam.
Teme a si, cria outros
se desprende
Pede ajuda em piadas
e corrói num inferno dito belo
mas inócuo, sem chão.
Não recai mais
mas vem com andar trôpego
Riscou buracos, como brechas
pra gozar no escuro
e caminhar com duras botas.
Risca um sonho
Rabisca um desejo
mas nunca preenche, nem pinta
Nunca se condena
Nunca sua rubrica.
Helô Ribeiro
2007
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